13 de jun. de 2008

Nações Indígenas de Rondônia

Caripunas – ocupam o Parque Indígena Karipuna no vale do rio Jaci-Paraná. Estão reduzidos a pequenos grupos arredios.

Pakaás Novos – atualmente o maior grupo indígena em Rondônia, habitam no Município de Guajará-Mirim, sob o controle da FUNAI.

Karitianas – ocupam uma reserva de 57.000 ha próxima a cidade de Porto Velho.

Tapari, Makurap e Jatobi – vivem nos Postos Indígenas do Rio Branco e do Rio Guaporé, são poucos indivíduos remanescentes destas nações que tiveram próxima a extinção vítimas das ações hostis dos seringalistas.

Kaxacaris – habitam a região limítrofe entre os municípios de Porto Velho e Lábre (AM).

Uru-Eu-Wau-Wau – grupo arredio em fase de contato com a FUNAI, habitam os municípios de Ariquemes e Guajará-Mirim. São provavelmente do grupo tupi.

Cinta Larga – ocupam a área do Projeto Indígena do Roosevelt com 190.000 há, parte integrante da reserva do Parque Indígena do Aripuanã, localizada em terras dos Estados de Rondônia e Mato Grosso.

Suruís – habitam os postos indígenas 7 de setembro e quatorze, no município de Cacoal.

Gaviões – ocupam uma reserva com área de 160.000 hs já demarcada, suas aldeias situam-se às margens dos igarapés Lourdes e Homonios, afluentes da margem direita do rio Ji-Paraná, próximo a cidade de Ji-Paraná. Atualmente mantém contato com a população de Ji-Paraná onde se abastecem no comércio local.

Araras – ocupam a mesma reserva dos Gaviões, hoje em contato pacífico com o homem branco.

Índios, os primeiros habitantes de Rondônia

A cultura de Rondônia tem suas origens marcadas por uma forte influência da cultura indígena. Dentre os principais povos estão os Karitiana e os Uru-Eu-Wau-Wau, que em contato com outros agentes acabaram vendo parte de suas tradições se perderem.
O povo Karitiana compõe-se atualmente de uma população de cerca de 180 índios, vivendo a 95 quilômetros ao sul de Porto Velho ao longo de 89.698 hectares. A língua falada é o Tupi/Arikém. Os primeiros contatos com a chamada "civilização" data do final do século XVII, sendo que o isolamento foi mantido até os primeiros anos do século XX com o aparecimento de personagens históricos como os caucheiros e seringueiros na região.

A partir daí observou-se a degradação desse povo com grande parte de seus membros sendo submetidos à escravidão. Observou-se também uma "recuada" territorial ocasionada pela chegada da "civilização". Sendo assim, os Karitiana que viviam às proximidades do atual município de Ariquemes foram tendo que se retirar até as cercanias do Rio Candeias, onde permanecem até hoje.

Entre as particularidades dos Karitiana estão as pinturas corporais e faciais, mantidas através dos anos em suas tradições, assim a dança, o artesanato e as manifestações musicais. Outro traço de suas tradições é a poligamia e o casamento entre pessoas da mesma família.

Já os Uru-Eu-Wau-Wau têm língua ligada ao Tronco Tupi. São da Família Tupi-Guarani, grupo Tupi-Kawahib. Vivem no relevo central de Rondônia, entre os municípios de Guajará Mirim, Costa Marques, Nova Mamoré, Campo Novo de Rondônia, Monte Negro, Cacaulândia, Governador Jorge Teixeira, Mirante da Serra, Jaru, Alvorada do Oeste, São Miguel do Guaporé e Seringueiras. O contato com o "homem branco" inicia-se na década de 40, iniciando-se uma briga pelas terras centrais do Estado que dirá até os dias atuais. Os principais agressores para esse povo sempre foram posseiros, madereiros e garimpeiros.

Foi só no início da década de 80 que o contato entre as duas culturas foi tratado de forma mais cuidadosa, quando um grupo da Funai, liderado pelo indigenista Apoena Meirelles, realizou os primeiros contatos amigáveis com os Uru-Eu-Wau-Wau, que naquela época contavam com uma população de cerca de 800 índios.

Os Uru-Eu-Wau-Wau também fazem pinturas corporais, nas cores preta e vermelha. As tintas são fabricadas a partir de jenipapo e urucum. Usam como vestes apenas um cinturão largo de cipó. Seus cabelos são cortados em forma de cuia. As mulheres costumam tatuar seus rostos.

Contaminados por doenças trazidas com o contato intercultural, a população Uru-Eu-Wau-Wau sofreu uma diminuição considerável. Atualmente, eles somam pouco mais de 60 índios, divididos em 4 grupos: 20 índios no Posto Indígena do Alto Jamari; 16 no Posto Indígena do Alto Jaru; 10 índios no Posto Indígena Jamari; e 16 no Posto Indígena Comandante Ari.

"Nós índios Karitiana surgimos assim: antigamente nós tínhamos Deus aqui em cima desta terra, deste solo. Antigamente não existia gente, macaco, socó, mutum, não existia lontra, não existia pica-pau, cutia, tatu, paca, anta. Os matos já existia. Deus não existia. Deus saiu de dentro de um buraco na casa da cigarra e a Mãe d'água nasceu do olho d'água, e o sapo cururu. A mãe de Deus é a terra".
(narrativa dos índios Orlando, Meirelles e Cirino Karitiana sobre a origem do povo Karitiana. In OLIVEIRA, Cleide, Levantamento de dados culturais do Povo Karitiana. 1994)

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