1 de jun. de 2008

Respostas referente a aula campo de arqueologia

Questão 1 - Para você, de que maneira uma aula de campo como essa contribui para sua formação em História e como pessoa?
Resposta: Para um aluno de historia as aulas campos servem para dar uma noção melhor sobre o tema estudado. Como exemplo pode ser usado uma visita ao museu onde nós podemos observar objetos pertencentes a um período histórico, seja um canhão utilizado durante a Guerra do Paraguai ou objetos de cerâmica pertencentes a um grupo indígena. Em Vila Bela a própria cidade faz parte do estudo do aluno, com ruínas e casas ainda existente. Essa aula pratica ajuda a trazer para a nossa frente que se estuda em uma sala de aula e que só pode ser lido, ao invés de ser visto e tocado. Com isso um aluno pode aprender com as aulas teóricas (aula na sala) e nas aulas práticas (aula campo). Para que no futuro ensine melhor aos seus alunos, pois ele esteve no local estudado e sabe detalhes que um livro didático não consegue demonstrar

Questão 2 - O que mais chamou sua atenção nos locais visitados? (o que mais interessou ou chocou)?
Resposta: Nas aulas campos o que pude observar foi que entre as quatro cidades visitadas - Cáceres, Chapada dos Guimarães, Cuiabá e Vila Bela - a que menos preserva o patrimônio é a cidade de Cáceres. Os sítios arqueológicos desse município não são preservados por nenhuma instituição publica ou privada e nem pela própria população. Inclusive muitas pessoas nem sabem que há sítios em Cáceres! O museu da cidade também não recebe o apoio devido e não há segurança no local com os objetos guardados. Porem Cáceres não é exceção. Nas outras três cidades também há descuido e vandalismo. Em Cuiabá os bustos de pessoas importantes dentro do contexto histórico do município não são respeitados pelas pessoas, que alem de picharem e destruírem eles ainda grudam chicletes neles. Me chocou, ainda, o estado das ruínas da catedral de Vila Bela. Já que elas contem forte cheiro de urina em alguns locais, alem de algumas partes gravadas com nome e frases que algumas pessoas deixaram de “recordação”. Em Chapada dos Guimarães encontrei algumas casas centenárias, deixada a própria sorte, onde apenas os moradores cuidam sem o menor apoio governamental

Questão 3 - O que mais você gostaria de aprofundar sobre essas aulas?
Resposta: Nessas aulas campos aprendi muito sobre a historia do Mato Grosso. O que eu aprenderia em diversos livros aprendi em segundos nas aulas praticas. E por ter vindo de Rondônia, um estado que já fez parte de Mato Grosso, me interessei mais pelo Real Forte Príncipe da Beira. Sobre ele pude observar vários documentos nos museus de Cuiabá. Nesses museus há plantas, fotos e outros documentos sobre o forte.

Questão 4 - Compare e reflita sobre o Patrimônio Histórico Cultural de Cuiabá e Chapada dos Guimarães.
Resposta: Em Cuiabá o Patrimônio Histórico e Cultural é bem maior que o de Chapada dos Guimarães. La há diversos museus, como o do Morro da Caixa D’Água, a Casa de dom Aquino, Museu Regional, Arquivo Regional entre outros. Alem de diversas construções antigas, como igrejas, casas e outros. Já em Chapada dos Guimarães há pouca coisa, uma igreja e algumas casas no centro da cidade, e elas mesmo assim não são tão preservadas quanto às de Cuiabá

Questão 5 - Acerca de todos os museus visitados em Cuiabá, o que mais chamou sua atenção em cada um deles? Qual é a importância de uma aula de História em um museu?
Resposta: De todos os museus visitados em Cuiabá o que eu mais gostei foi poder ter “acesso ao passado” de uma forma tão simples. Apenas observando os objetos em exposição e ouvindo os relatos dos responsáveis pelos museus. No museu Rondon pude observar diversos tipos de utensílios indígenas, como machadinhas e urnas (uma delas contendo ossada dentro). Essa é a importância de uma aula de Historia em um museu, em vez de o aluno ter acesso aos documentos por um livro, em que geralmente vem com a opinião já formulada, ele mesmo vê o documento e pode analisá-lo e formar sua própria opinião. Alem de o museu despertar a curiosidade e a vontade de se pesquisar mais sobre algum tema que o aluno se interessa

Questão 6 - Do ponto de vista histórico, o que pode ser compreendido dessas duas realidades?
Resposta: No primeiro texto vemos uma implosão do complexo de Carandiru, realizado em 2002. E no segundo vemos que o governo viabilizou verbas para a restauração da cidade de Ouro Preto. Para mim o motivo de se implodir o Carandiru é porque ele é um exemplo de corrupção e fracasso político brasileiro. No próprio texto há um trecho que diz: “... o maior símbolo do fracasso do sistema prisional brasileiro finalmente começou a desaparecer. A história de mortes, rebeliões, fugas [...] começa a mudar, segundo o governo do Estado...”. Pois a cidade de Ouro Preto faz parte da historia e é símbolo da identidade nacional. A antiga Vila Rica, que foi capital de Minas Gerais, onde ocorreu o movimento dos Inconfidentes e onde há muitas obras de arte e construções do período barroco faz com que o sentimento de nacionalidade desperte, diferentemente do presídio de Carandiru. Porque para as pessoas é melhor preservar um patrimônio que traz boas lembranças do que um que é símbolo de fracassos

Questão 7 - Quais interpretações podem ser abstraídas sobre a intenção de manutenção de determinadas "estruturas históricas" e outras não?
Resposta: Essas estruturas históricas são consideradas como tala partir de um determinado ponto-de-vista. Para mim essa questão remeteria ao tema político e/ou de interesse. Em um exemplo poderia citar que Ouro Preto atrai mais turistas do que um presídio desativado como o Carandiru, alem da memória e recordação que a cidade traz é bem mais receptiva do que a cadeia. Por isso o objetivo de fazer uma manutenção ou restauração em uma cidade (ou monumento, obra de arte, escultura, etc.) é mais aceita pela população

Questão 8- Dentro das possibilidades de interpretação das situações acima mencionadas e, de acordo com as visões contidas nelas, qual a sua opinião sobre o que caracteriza e pode ser considerado um "Patrimônio Histórico Cultural"?
Resposta: Para mim essa consideração de Patrimônio Histórico Cultural é meio dúbia. Como que se pode considerar o acarajé um patrimônio histórico e não se considerar sítios arqueológicos ou obras arquitetônicas? Nem eu sei responder a essa questão. Eu percebo nisso é que há um grupo de pessoas onde eles consideram o que deve e o que não deve ser considerado como um Patrimônio. Para tal projeção eles devem se valer da importância da obra para a sociedade ou determinados grupo. Mas mesmo assim, com certeza, deve haver um jogo político por traz.

Questão 9 - A partir da leitura destes textos, você como um acadêmico de História e formador de opinião, manifeste a sua percepção sobre os espaços e as ações dos sujeitos históricos (trabalhadores, opressores, oprimidos entre outros). De que maneira a sua opinião enquanto um discurso construído sobre essa materialidade (Patrimônio Histórico Cultural) é relevante ou não? Em poucas palavras, qual a importância sobre o que você pensa?
Resposta: Pode-se observar que são considerados Patrimônio Histórico Cultural o que remete a Identidade de um determinado grupo. Porem essa Identidade tem que proporcionar e mostrar uma nação ou povo forte, imponente, guerreiro, astuto... o que é exatamente o contrario o que o Carandiru proporcionava. Se não fosse isso ele não teria sido destruído pelo governo estadual de São Paulo. Já que ao destruí-lo tentaram apagar também ele da memória das pessoas. Com um acadêmico de Historia, por mais absurdas que sejam minhas idéias elas servem para que as pessoas reflitam e pensem se é correto ou não o que está acontecendo. Pois minhas idéias são o reflexo do que vejo, ouço e leio. E dessa forma tenho consciência se o que acontece ao meu redor é correto ou não.

as perguntas podem ser obtidas no blog http://arqueocontato.blogspot.com/2008/05/relatrio-aula-de-campo-cuiab-e-chapada.html

3 comentários:

Andreia galvao disse...

Parabéns pelo teu trabalho!

...mera coincidência...

hihihi

Unknown disse...

muito boa exposição!

sinto que poderemos seguir com nossa parceria diante dos rumos que tomamos - forçosamente - pelo fator "desconhecido" que são as novas possibilidades de usos dos multimeios...

os tradicionalismos reacionários e enclausadores presentes em "magos" proponentes de uma conclamada e vangloriosa ética profissional, não podem encarcerar o novo, o ousado, o rebelado...

a opressão disciplinadora de controle por parte de alguns grupos da sociedade carregam em sua gênese as condições de sua negação...
do mesmo modo que a nossa proposta carrega desde sua concepção os germes de sua antítese...

o mundo é material e dialético...

obrigado por contribuires de forma brilhante como fizeste.

sigamos em frente com o projeto.

até.

Equipe Hidden History disse...

excelente trabalho . jamais duvidei da sua capacidade ,,vc foi um ótimo aluno desde o incio..confio e credito em vc..parabéns