9 de dez. de 2008

Guerra do Paraguai

Este texto abordará a Guerra do Paraguai bem como os seus antecedentes e as suas conseqüências nos países envolvidos. Para melhor abordagem desse conflito irá, inicialmente nesse texto, fazer uma descrição de como eram os países envolvidos antes da guerra. Após esse relato o texto passará a relatar sobre os motivos que levaram ao conflito e as suas conseqüências. Os países envolvidos nesta guerra foram o Brasil, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai. Os três primeiros unidos na chamada Tríplice Aliança enfrentando o Paraguai. Antes será mostrado como eram cada país antes do conflito sul-americano.
Em 1834 haviam dois partidos políticos que disputavam o controle do Uruguai: o Partido Colorado que eram os liberais, este partido era dos grandes comerciantes de Montevidéu e os seus interesses políticos eram ligados ao Brasil; e o Partido Blanco ou conservador, onde seus membros eram fazendeiros que se ligavam aos criadores de gado argentino. Nesse ano de 1834 o Partido Blanco chegou ao poder liderado por Oribe. Com isso houve uma aproximação com a Argentina. Porém os Colorados, liderados por Rivera, se uniram com o Brasil para derrubar o governo de Oribe. Mas a argentina, por intermédio do presidente Rosas, apoiou os Blancos contra os Colorados. Estava instaurada uma disputa nacional no Uruguai pelo poder, com apoio do Brasil de um lado e da Argentina do outro. O fim desse conflito houve apenas após o Brasil atacar o Uruguai. Comandado pelo Almirante Tamandaré a marinha brasileira junto com o exército atacou o Uruguai. O Partido Colorado, chefiado por Flores, apoiou o ataque brasileiro. Após a derrota do Partido Blanco o novo presidente uruguaio foi Flores. Dessa forma ele declarou apoio ao Brasil. Apoio este que seria uma provocação para os paraguaios, como será mostrado no decorrer deste texto.
A Argentina sempre disputou com o Brasil o controle da America do Sul. No conflito do Uruguai a Argentina saiu derrotada, pois perdeu o apoio do governo Blanco e ainda viu os Colorados apoiarem o Brasil. Porém quando começou a Guerra do Paraguai o governo argentino deixou de lado as diferenças com o Brasil e, junto com o apoio dele, enfrentou o Paraguai.
O Brasil era a maior potencia da America do Sul, ao lado da Argentina, e já havia atacado o Uruguai e conseguido derrubar o governo daquele país. O Paraguai não via com bons olhos a influência brasileira no continente.
O Paraguai desde 1862 era governado pelo Marechal Solano López. Tentando fortalecer o Estado para intimidar os outros países sul-americanos o presidente apoiou e estimulou o surgimento de indústrias, construiu escolas e incentivou o sentimento nacionalista da população. Mas o que mais merece destaque foi a organização do Exército que naquele momento era o mais preparado do continente. Com isso López queria não apenas influenciar na política do continente como também reivindicar territórios em litígio com o Brasil e a Argentina. O plano de López era de se aproximar com os Blancos uruguaios e os federalistas argentinos. Porém o presidente paraguaio não contava com a derrota do Partido Blanco e nem com a centralização argentina realizada pelo presidente Bartolomeu Mitre. Quando Mitre assumiu o poder na Argentina ele propusera que em vez de seu país disputar o poder da America do Sul passasse a dividi-lo com o Brasil. Isso deixava o Paraguai sem aliados no continente.
Dentre os motivos que levara à Guerra do Paraguai poderiam ser citados inúmeros, mas os que mais se destacam são as disputas de poder e território no continente. O conflito, propriamente dito, começou de acordo com a historiografia, em 11 de Novembro de 1864 quando López mandou capturar nas proximidades de Assunção, capital do Paraguai, o navio Marques de Olinda, onde estava presente o presidente da província de Mato Grosso, o Coronel Frederico Carneiro de Campos. López o tornou prisioneiro e declarou rompidas as relações com o Brasil. Em dezembro do mesmo ano o exército paraguaio invadiu o Mato Grosso e em maio de 1865 invadiu a Argentina.
No dia 1° de maio de 1865 foi firmado o Tratado da Tríplice Aliança entre o Brasil, a Argentina e o Uruguai. Esses países juntos representavam cerca de 12 milhões de habitantes contra cerca de meio milhão de paraguaios apenas. A superioridade numérica e econômica dos três países era visível. Porém nas primeiras batalhas o Paraguai saiu vencedor. O Exército era muito bem treinado e estavam muito bem armados.
Os primeiros ataques promovidos pelos paraguaios foram bem efetuados. Isso porque os outros países foram pegos de surpresa. O Marechal Solano López desencadeou três grandes ofensivas. A primeira foi contra a província de Mato Grosso, com o objetivo de recuperar territórios usurpados pelo Brasil. A segunda ofensiva foi contra a província de Corrientes, na Argentina, com o objetivo de forçar a adesão dos partidários de Urquizia. A terceira ofensiva foi contra o Rio Grande do Sul, este ataque tinha a finalidade de alcançar um porto no Atlântico. Em reação a esses ataques os governos dos países da Tríplice Aliança decidiam os objetivos de guerra e contra-ataque. Dentre esses objetivos valem destacar os de garantir a livre navegação dos rios Paraná e Paraguai, assegurarem a fronteira com o Paraguai e derrubar o governo de Solano López.
No começo da guerra o Exército paraguaio parecia muito superior do que os demais. Já que ele era mais bem organizado, melhor treinado e equipado. Porém a Marinha brasileira também era equipada e acabou conseguiu impedir o avanço paraguaio por Corrientes. Após varias batalhas nesse local os paraguaios se renderam, ou melhor, recuaram de posição. Isso provocou uma mudança na guerra, pois os países da Tríplice Aliança deixaram de ser atacados
e passaram a atacar em território paraguaio.
Nos primeiros três meses de 1866 as tropas da Tríplice Aliança avançaram sobre o Paraguai pelo rio Paraná. Em 16 de Abril do mesmo ano teve inicio a invasão do território paraguaio pelos exércitos aliados, composto de 66 mil homens. A partir daí o Exército conseguiu importantes vitórias em solo inimigo, avançando cada vez mais, conquistas como a do forte de Itapiru e Tuiuti. Entretanto as perdas foram altas. Morreram centenas de soldados. Em 24 de maio ocorreu uma das maiores batalhas desta guerra. Foi em Tuiuti onde os soldados da Tríplice Aliança estavam esperando ordens para o ataque. Sabendo disso o Marechal Solano López atacou de surpresa o exército inimigo, travou-se assim a maior batalha até então. Depois de quase um dia de luta, os paraguaios acabaram se retirando, derrotados. Mas as perdas foram enormes para os dois lados: cerca de 6 mil soldados foram mortos. Após essa vitoria importante os soldados marcharam em direção ao forte de Humaitá, principal objetivo de conquista de guerra.
Em outubro de 1866 D. Pedro II nomeou o General Luís Alves de Lima e Silva, o Marques de Caxias, como comandante chefe das forcas brasileiras na Guerra. Caxias foi quem deu disciplina ao exército brasileiro, conseguiu armas e equipamentos e traçou estratégias de guerra. Em julho o comandante deu inicio a execução da manobra de ataque a Humaitá, em 22 de julho de 1867. A conquista desse local só foi possível em 5 de agosto, quando conseguiram penetrar na fortaleza. Entretanto o exército paraguaio não se demonstrava vencido e nem abatido. O exército aliado partiu rumo a Assunção. Em janeiro de 1869 conseguiram ocupar a capital paraguaia, porem Solano López havia fugido com alguns poucos soldados.
Nesse momento Caxias já estava doente e, com a guerra quase assegurada, pediu afastamento das tropas ao imperador. Para substituí-lo foi chamado o Conde D’Eu.
A campanha militar continuou e avançava contra López. Em 1° de março de 1870 as tropas do exército aliado chegaram ao acampamento de Celro Corá onde se encontrava Solano López. Após rápida batalha entre os dois exércitos morria o Marechal paraguaio com golpes de lança e um tiro de fuzil. Chegava ao fim a Guerra do Paraguai.
Ao termino desta Guerra travada entre os anos de 1865 até 1870 os países da Tríplice Aliança saiam vencedores. Embora não haja cálculos exatos sobre o numero de mortos e feridos estima-se que do lado brasileiro morreram entre 25 mil e 100 mil soldados. Segundo o historiador Boris Fausto metade da população paraguaia morreu. Em 9 de janeiro de 1872 um Tratado de Paz foi definitivamente feito entre os países envolvidos na guerra.
A conseqüência mais importante para o Brasil dessa guerra foi que o Exército brasileiro se tornou organizado e respeitado dentro do Império. E ainda trouxe do Paraguai idéias republicanas. Já o Paraguai ficou arrasado, com cerca de 40% de seu território tomado pelo Brasil e a Argentina, sem contar com a metade da população morta, na maioria homens.

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